segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Abaixo as palmeiras

Se há algo que me irrita profundamente em termos de arquitetura e paisagismo, ainda que eu não passe dum leigo no assunto, é como empregam-se palmeiras onde elas não fazem sentido. Canteiros, fachadas, ou até mesmo no campo, elas destoam do resto da paisagem na maioria dos locais em que são postas. Não consigo ver a relação estética delas com o resto dos ambientes.

Consideremos, por exemplo, o Grande Hotel de Araxá:



quem, ao ver esta foto sem saber do que se trata, pensará que esta pérola se encontra nas nossas "queridas Minas Gerais?" Reparem como, de um complexo condizente com seu contexto mineiro interiorano, o Grande Hotel ganha ares de resort de praia. O Grande Hotel segue o chamado estilo missões, inspirado na arquitetura espanhola no México e na Califórnia. Tem mármores esplêndidos, mobília francesa, lustres e cristais alemães. Em outras palavras, é clássico. E não está na costa, como os edifícios dos nossos hermanos do norte, mas sim encravado a mil quilômetros dela, no limiar do Planalto Central. Nada a ver com palmeiras. Um crime à dignidade do prédio.

Lugar de palmeira é na praia, à beira-mar, com uma rede amarrada entre duas delas pra se deitar displicentemente e ver o vai-e-vem das ondas ao pôr-do-sol. E, dadas as atuais circunstâncias do Campeonato Brasileiro, devo mudar o artigo definido e dizer, também, abaixo o Palmeiras. O Galo vai dar um jeito nisso logo, logo. Mas quem vai dar um jeito nelas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário