quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Prefácio

Caro leitor! É fascinante como uma frase de meras duas palavras, mais um ponto de exclamação, tem o poder instantâneo de estabelecer um vínculo entre pessoas! É o poder da palavra no próprio ato de locução. Há que ter muito cuidado com elas.

Estou inaugurando meu blog e deixo claro, logo no princípio, que meu propósito maior aqui é senão escrever por escrever, dar minha forma ao conteúdo do mundo, arriscar-me sem esperança de êxito a cortejar "a última flor do Lácio," já que minha profissão me leva a ter mais lida diária com a prima rude da Britannia. Escreverei daquilo que entendo e tentarei, com muito esmero, instruir e entreter meu leitorado.

O ser humano tem a necessidade inerente de se comunicar. Sempre foi assim, mas me parece que nesta nossa era da comunicação - ou será informação? - , em que tudo e todos são facilmente acessíveis, a velha necessidade se reconfigurou um pouco, pois, ao contrário de antigamente, quando a distância física era um fato irreversível senão apenas através de meios paliativos como as cartas, hoje a tecnologia nos permite ter quem quisermos de prontidão a qualquer minuto; seja na internet ou no celular, é muito fácil e temos direito a filmagem em tempo real. Isso nos faz ter a sensação de que os outros estão sempre por perto, mas, por outro lado, por essas pessoas estarem fisicamente distantes e cuidando de suas vidas, sentimos que a conexão proporcionada pela fibra ótica ou pelo sinal é, na verdade, tênue. Precisamos de mais. Precisamos realizar essa constante disponibilidade através de palavras. Afinal, não bastaria estar cercado de boa companhia, os melhores amigos que alguém pode desejar, se não concretizássemos a amizade com conversa, troca de experiências, diversão e lágrimas.

É aí, penso eu, que vem os blogs, espaços versáteis e ricos em possibilidades, ilhas de auto-afirmação no vasto mar cibernético, portos seguros onde o navegador pode ancourar com a certeza de encontar rostos familiares. Há inclusive os que se aproveitam para alugar seu ciberespaço pessoal em troca duma grana. Blogs podem ser pontos de encontro assim como são os bares e cafés, com a grande diferença de que não pagamos para saborear o menu. Por que pagaríamos?

Mas não é este o meu desejo aqui. Se por acaso já me delongo, lembre-se do que eu disse acima.

E não se esqueça do poder das palavras.

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