segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Por que eu esqueci o 15 de novembro

Ontem olhei o calendário várias vezes consecutivas, fixamente, neste mesmo local, e em momento nenhum atinei pro fato de que era um dos feriados nacionais mais importantes. De quem é a culpa por eu ter esquecido a Proclamação da República?

Tirando a velha desculpa de estar ocupado e tal, que às vezes é legítima!, imagino que há outros fatores envolvidos. Creio que trata-se dum caso de cidadania pouco desenvolvida dos brasileiros, que pouco se importam com os feriados nacionais, entre outras instâncias de patriotismo e cidadania. Algo que vem lá de cima e de baixo, também. Algo, portanto, que precisa ser dialogado amplamente. Na minha opinião o país não incentiva o sentimento cívico como deveria, assim a população, já ceticizada pela podreira de nossa política, não consegue distinguir entre a entidade país e os políticos que ocupam cargos temporários. Triste.

Se temos feriados nacionais, é necessário celebrá-los oficialmente; não como se todos devessem ir às ruas pra cantar e ouvir discursos pomposos, mas algo que mostre que a data é mais do que uma simples data. Alguns feriados são de fato celebrados, como a Independência. Outros, como Tiradentes, passam batidos vergonhosamente.

É necessário começar essa educação da juventude pra cima. Uma vez discuti o tema com alguns alunos e a maioria mostrou-se indiferente. Eu perguntava, "vocês acham importante celebrar?" e eles respondiam, "sim"; daí eu rebatia, "então porque não o fazemos?" e eles diziam, "ah, porque brasileiro não tá nem aí pra isso." Ora, há uma contradição aí... Enquanto todos tirarmos o corpo fora, ninguém vai se beneficiar e nada vai mudar. Aí que entram o papel das lideranças, mas essa é outra história.

Em tempos de hino nacional nos estádios de futebol, que sentido faz que maioria das escolas, públicas e privadas, tenham abolido a solenidade de suas práticas? Poucas são as escolas que ainda põem seus alunos perfilados perante a bandeira, como saudosamente fazia a irmã Jesuína nos bons tempos de Helena Guerra. Uma vez por semana, a escola inteira - exceto os tampinhas. E tinha também a mãe do nosso amigo Fil, Professora Rosana, que nos ensinou os quatros hinos da pátria.

O negócio é esse: o país é maior que a corja de safados que o regem. Né?

Um comentário:

  1. há uma grande confusão no Brasil entre politcas de Governo e politicas de Estado. Sem falar que, como você mesmo disse, as escolas não cumprem a sua parte!!

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